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quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Music and me


Para a maioria das pessoas, a música é apenas uma forma de diversão. Ouvir uma canção no rádio ou assistir a um show é um passatempo como outro qualquer. E deixar de ver/ouvir um artista, mesmo que seja um dos seus favoritos, não é o fim do mundo.

Comigo não é assim. Música, pra mim, é coisa séria. Por exemplo, ter perdido a oportunidade de assistir, anteontem, ao show de Stevie Wonder na Praia de Copacabana, por mais morno que tenha se mostrado no final, seria uma espécie de sacrilégio.

É difícil definir a importância da música na minha vida. Ver um artista do qual sou fã é como aprender mais, como preencher um espaço vazio. Em resumo, embora não sintetize todo o meu sentimento, posso dizer que é uma experiência que me enriquece.

Essas divagações vieram à tona depois que eu assisti, agora há pouco, ao filme "Gonzaga - de pai pra filho". A vida e a obra desses dois ícones da música brasileira são, na mais abrangente concepção da palavra, cultura. Ver um filme sobre eles não foi apenas assistir a uma boa história, nem ouvir um punhado de canções clássicas da MPB. Foi, no mínimo, uma oportunidade de absorver conhecimento sobre um pouco do que de melhor a música brasileira já produziu. Algo que eu não poderia perder, e precisava ser feito na tela do cinema.

O filme é comovente. Em vários momentos, foi preciso conter a emoção. A atuação de Julio Andrade como Gonzaguinha adulto é absurda, no melhor dos sentidos. E as cenas finais, com a reconciliação de pai e filho, culminando no show "A vida do viajante", que fizeram juntos em 1981 (e que gerou um LP, depois convertido em CD), apoteóticas. Decerto a plateia teria aplaudido, não estivesse a sala quase vazia, o que é natural, já que o filme está saindo de cartaz - no Rio, esta semana, apenas uma sala o exibe.

Foi uma pena não tê-lo assistido antes. Mas, como dizem, antes tarde do que nunca, ainda mais para aprender.

sábado, 30 de julho de 2011

Capitão América enfim ganha filme digno do personagem

CRÍTICA DE FILME
● Capitão América – O Primeiro Vingador




Acabei de assistir a Capitão América – O Primeiro Vingador no cinema e gostei bastante do que vi. Sou suspeito, porque é o meu herói favorito, mas posso dizer, sem medo de estar exagerando, que, no universo dos filmes Marvel, só perde para os dois Homem de Ferro.

O maior mérito do filme, sem dúvida, é retratar o Capitão América sem patriotismo exagerado. Ele é, sim, um super-herói americano, mas a serviço de seu país na 2ª Guerra Mundial, e apenas isso. Aliás, a ambientação anos 40 é outro dos vários pontos positivos do longa dirigido por Joe Johnston. Também vale destacar os efeitos especiais – sobretudo a caracterização de Chris Evans antes de se tornar um supersoldado, nos moldes do que foi feito em O Segredo de Benjamim Button – e a própria atuação do ator, surpreendente. Evans, que não convencera como o Tocha Humana de Quarteto Fantástico, está ótimo no papel de Capitão América.

Outro que também aparece muito bem no filme é Tommy Lee Jones, que interpreta o general Chester Phillips, responsável pelos poucos – e bons – momentos cômicos. Por outro lado, Hugo Weaving decepciona como o Caveira Vermelha, não lembrando nem de longe o agente Smith de Matrix. O Howard Stark – pai de Tony Stark, o Homem de Ferro vivido por Robert Downey Jr. – de Dominic Cooper é mais um que não convence.

Joe Johnston poderia ter explorado um pouco mais os momentos de ação, as habilidades do Capitão América – como o uso do escudo – e os confrontos com o Caveira Vermelha. Mas, em compensação, criou um filme de super-herói diferente dos padrões, mais próximo de uma aventura épica à la Indiana Jones, com uma boa trama e um roteiro bem amarrado. E ainda preparou muito bem o terreno para o filme dos Vingadores, que estreará em 2012.

Depois do tosco mas até divertido longa de 1990, enfim o Capitão América ganha, nas telonas, um filme digno do personagem. Para a alegria dos fãs, como eu.

sábado, 9 de outubro de 2010

Tropa de Elite 2: um soco no estômago com luvas de boxe

Ainda estou assimilando o soco no estômago que levei há pouco, quando acabou a sessão das 21h30 (lotada, como todas da estreia do cinema aonde fui) de Tropa de Elite 2. Eu e algumas pessoas ensaiamos aplausos ao final, mas o silêncio traduzia melhor a perplexidade de todos diante da grande verdade do filme, do Rio e do Brasil: o sistema é muito forte, quase invencível, e somos nós que o sustentamos. Talvez muita gente tenha consciência dessa verdade, mas ninguém até hoje, pelo menos que eu saiba, teve coragem de jogá-la no ventilador tão publicamente, sem poupar quem quer que seja. Nem é preciso dar nome aos bois para fazer o paralelo da ficção com a vida real.

Como filme de ação, achei que o original superou a sequência, até mesmo porque tinha o fator novidade. Mas a mensagem de TE2 é mais profunda, entra nas nossas tripas, dá um nó, fecha e joga a chave fora. O novo Tropa aproxima-se ainda mais da realidade porque derruba as próprias dicotomias que estabeleceu, no filme anterior, entre polícia e bandido, PM e Bope, honesto e corrupto, ampliando o leque da discussão. O traficante, o viciado e o policial desonesto continuam sendo culpados, mas há algo muito maior por trás deles, o tal sistema, diante do qual, em tempos de eleição, eu faço a pergunta: será que adianta somente mudar as peças do xadrez se o problema está no tabuleiro?

Por outro lado, acho que os responsáveis pelo filme, ao mesmo tempo em que criticam o sistema, ajudam a reforçá-lo, exibindo TE2 depois do 1º turno das eleições. Até entendo que existam motivos e interesses para isso, e não acho que a data de exibição influenciaria em alguma coisa, mas não deixa de ser uma pena. Pela reação da plateia, não foi só em mim que o filme causou a sensação de ter levado um soco no estômago com luvas de boxe. Multiplique isso por mais de 600 salas de exibição Brasil afora, "n" sessões e as versões piratas, via DVD e internet, que vão pipocar a partir de hoje, e tem-se como resultado algumas milhares de pessoas que, se não lutarão contra o sistema, pelo menos refletirão um pouco mais sobre suas vidas.

Ao final da sessão, saí do cinema duplamente feliz, por ter visto um filme excepcional e por votar nulo.

terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

A Força está com ela

Uma menininha de 3 anos de idade é a nova febre do YouTube. No vídeo, intitulado “Star Wars according to a 3 year old”, ela repete diálogos do filme Guerra nas Estrelas 4 – Uma Nova Esperança, incluindo a épica luta entre Obi-Wan Kenobi e Darth Vader.

Assista abaixo e repare, babando, na pronúncia perfeita da criança. Não é à toa que o vídeo, há apenas 4 dias no ar, já tenha sido visto por quase 2 milhões de pessoas.

E para quem é fã da série de George Lucas, uma boa notícia. Depois dos curtas de 30 minutos que já estão sendo exibidos no Cartoon Network, será lançado nos cinemas o longa de animação Star Wars: The Clone Wars.

A história do filme vai se concentrar no que acontece entre os episódios 2 e 3 da saga original. A estréia está prevista para 15 de agosto, nos EUA.

De março a julho, ainda rola na Bienal de Sampa a exposição Star Wars. Pela primeira no Brasil, a mostra terá 200 peças originais dos estúdios da Lucas Film utilizadas na produção dos seis longas da série. Acesse o site
Star Wars Brasil, que é bem bacana, e veja mais detalhes.


sábado, 16 de fevereiro de 2008

Tropa de Elite é o Matrix brasileiro (ou: Quem mandou o Minc não indicar os aspiras ao Oscar?)

Ótima notícia ao abrir o jornal hoje, ou melhor, ao acessar a internet: Tropa de Elite conquistou o Urso de Ouro no Festival de Berlim. Isso depois de ter sido exibido com legendas em alemão, quando o normal é em inglês, e de ser acusado de fascista por um conceituado crítico americano.

É claro que, a esta hora, ninguém está mais feliz que o diretor José Padilha, os atores e a equipe técnica. Mas nós, fãs de Tropa, também nos sentimos parte desta festa. É como se fosse uma doce vingança a todos que, por hipocrisia ou vontade de aparecer, acusaram o filme disso e daquilo. E também ao Ministério da Cultura (Minc), que não o indicou como representante brasileiro na briga pelo Oscar de Melhor Filme Estrangeiro. Preferiram o politicamente correto “O Ano em Que Meus Pais Saíram de Férias”, e o resultado foi que nem chegamos entre os finalistas.

Nunca fui muito fã de cinema nacional; admito até que tinha um certo preconceito. Mas quando saí do cinema, depois de ver Tropa de Elite – sim, eu não havia assistido à cópia pirata – fiquei com uma sensação de “uau” que só sentira antes ao ver Matrix.

Comparo Tropa a Matrix não pela história, muito menos pelos efeitos tecnológicos, mas sim pela importância. Assim como Neo e cia. dividiram a história recente de Hollywood, o cinema nacional será classificado antes e depois de Capitão Nascimento e seus aspiras.

Tropa de Elite tem todos os elementos de um grande filme: ação, humor, drama e, principalmente, ótimos personagens e interpretações magníficas. Chamá-lo de fascista é, no mínimo, má-vontade. José Padilha simplesmente relata uma realidade a partir de um ponto de vista, o de um policial. O julgamento de valor cabe a quem vê.

Tão errado quanto é dizer que as cenas de violência são gratuitas. Mais do que retratar o cotidiano, as imagens fazem parte da trama, a complementam, a explicam. Sem elas, o impacto que a história causa no espectador certamente não seria o mesmo.

Gostar ou não de Tropa de Elite faz parte da própria essência do filme, assim como acatar ou recusar as convicções do personagem de Wagner Moura. O que não dá para aceitar são comentários parciais feitos por quem prefere se esquivar do fato de que a triste realidade do Rio e do Brasil está relacionada diretamente ao tráfico e ao consumo de drogas.

Da mesma forma, é inaceitável a decisão do Minc de fechar olhos e ouvidos para a enorme repercussão de Tropa de Elite e não tê-lo incluído na lista de filmes brasileiros que tentariam uma vaga na final do Oscar. Como dificilmente o Brasil produzirá tão cedo um filme desse porte – não por falta de competência, mas por méritos de Tropa – ainda será possível incluí-lo em 2009. Tomara que seja mais um dos efeitos positivos deste Urso de Ouro.