Vi no blog do colega Jamari França, do Globo Online, que tá rolando um manifestado encabeçado pelo blog Na Rota do Rock (NRDR) para que o Capital Inicial toque músicas dos anos 80 no show que fará em Brasília, no dia 21 de abril, e dará origem ao DVD Multishow Ao Vivo. Causa justa.
Não tô sabendo muito sobre o show. Fui ao site da banda e não tem nada lá, literalmente – o que, aliás, é uma tremenda mancada com os fãs. Uma rápida busca no Orkut e nada também sobre o repertório, só especulação. Idem no Google.
Vi o Capital sábado, no Altas Horas. Como é de costume nesses programas de entrevistas – quase todos péssimos quando o assunto é música – Dinho Ouro Preto falou muito superficialmente sobre o assunto. Mas foi o suficiente para dizer besteira.
Segundo o eterno garotão do rock nacional, este será o primeiro disco ao vivo do Capital, tirando o Acústico MTV. Ué, e o de 1996? Tudo bem que ele, Dinho, não tenha participado, pois estava em carreira solo na época. Mas e os outros? O disco leva o nome de quem, ora bolas? Além disso, se Dinho não estava, o guitarrista Loro Jones, que depois do unplugged cedeu lugar para Yves Passarel, marcava presença.
Bem, de volta ao DVD. Parece que não há nada confirmado sobre o set list, mas onde tem fumaça, tem fogo. E não deve ser a música Fogo.
Pelo passado recente do Capital, é bem possível que a suspeita encontre fundamento. No último show a que assisti, ainda na turnê do álbum Gigante, o maior sucesso do grupo até hoje, Música Urbana, não foi tocado.
A verdade é que, depois do estouro de Natasha, uma das inéditas de Acústico MTV, o Capital Inicial descobriu que a receita do bolo era fazer música para adolescentes. Vide o sucesso dos álbuns seguintes, Rosas e Vinho Tinto e Gigante, com a rebeldia juvenil de Quatro Vezes Você e o otimismo de Não Olhe pra Trás.
São boas músicas, sem dúvida, mas que estão muito longe, na qualidade e na verdadeira rebeldia punk, de clássicos do BRock como Autoridades, Psicopata, Descendo o Rio Nilo e Mickey Mouse em Moscou. Músicas que se não transformaram o Capital Inicial na segunda Legião Urbana dos anos 80, fizeram a cabeça de milhares de jovens na época. E essas pessoas, vale frisar, ainda compram os discos da banda e freqüentam seus shows, apesar da mudança de sonoridade.
Então, junto-me ao apelo do NDRD para que o Capital não se esqueça dos fãs “da antiga” neste que promete ser um dos melhores shows da história da banda.
Além de Música Urbana, Autoridades, Psicopata, Descendo o Rio Nilo e Mickey Mouse em Moscou, sugiro que estejam no set list as velhinhas Fátima, Veraneio Vascaína, Kamikaze, O Passageiro e 1999. Da geração pós-acústico, acho que não podem faltar Como Devia Estar, Quatro Vezes Você, Pra Ninguém, Olhos Vermelhos, Mais, Respirar Você, Sem Cansar, Não Olhe pra Trás, Perguntas sem Respostas e Sorte.
E nada de gastar tempo com homenagem à Legião Urbana! Já tiveram um disco inteiro para isso. A essa altura, Dinho também não precisa mais ficar à sombra de Renato Russo. Há tempos (com trocadilho, por favor) o Capital Inicial já construiu sua própria história.
2 comentários:
O Dinho se referiu a gravação de um DVD Ao Vivo, com um show próximo ao que eles vem fazendo em turnê, que é muito diferente do acústico. Pelo que eu sei vai ter muitas músicas dos anos 80, e o show vai ser simplesmente demais.
POw Velho a gravação do DVD do capital em Brasília foi simplismente incomparavéll ... eles detonaram ... cantaram músicas antigas e as novas ... algumas da época da ditadura ... foi perfeito o ambiente estava MARAVILHOSO ... ficará marcado pelo menos para os fãs que foram prestigiar o Show ...
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