No futebol, acho que o “último romântico”, como diz Lulu Santos, tenha sido Romário. Não acredito que existam hoje ou que ainda virão outros jogadores tão bons quanto o Baixinho, muito menos que antecessores da categoria de Maradona e Zico, só para citar os mais recentes.
Na música ainda existem alguns românticos mundo afora, mas aos poucos eles se despedem, da carreira ou da vida. Aos 83 anos, Charles Aznavour é um desses gênios que estão pendurando a chuteira, ou melhor, o microfone.
Tão associado à música francesa como Tom Jobim está à música brasileira, Frank Sinatra à americana e Luciano Pavarotti à italiana, Aznavour trará para o Brasil sua última turnê, que vem percorrendo o mundo desde 2006. Hoje, a empresa de eventos Poladian Produções anunciou três shows do cantor no país em abril: 17, no Centro de Convenções do Anhembi, em São Paulo; 20, no Teatro Municipal do Rio de Janeiro; e 29, no Teatro do Sesi de Porto Alegre. O release distribuído à imprensa dá a entender que novas datas em outros locais poderão ser agendadas.
Pelo que o texto adianta, os shows prometem ser imperdíveis. Charles Aznavour virá acompanhado de 28 músicos, incluindo sua orquestra e a filha Katia, com quem fará dueto em “Je Voyage”. O repertório ainda terá, segundo a nota, os sucessos “She”, “La Bohême”, “Que C’est Triste Venise”, “La Mamma”, “Ave Maria” e “Les émigrants”, entre outros.
O Brasil será o primeiro país da turnê latino-americana, que ainda passará por Argentina, Chile, Uruguai, Peru, Colômbia, Venezuela, República Dominicana, Porto Rico, México e Cuba.
De origem armênia, Charles Aznavour nasceu em Paris, no ano de 1924. Começou a cantar ainda criança e alcançou o sucesso quando conheceu Edith Piaf, que o levou com ela para uma turnê para a França e os Estados Unidos.
Ao longo dos mais de 70 anos de carreira, Aznavour compôs e gravou mais de mil canções, em diferentes línguas, e vendeu mais de 100 milhões de discos. Em francês, uma de suas principais composições é “La Bohême”, parceria com Jacques Plante que se tornou um clássico mundial e ganhou até versão em português, na voz de Martinho da Vila. O sambista carioca gravou a canção, sob o título “Boemia”, no CD “Conexões”, de 2003, no qual homenageia a França (leia mais sobre no Universo Musical).
Já em inglês, talvez o maior êxito de Aznavour seja a música “She”, que em 1974 atingiu o topo da parada britânica, mas não teve êxito na França nem nos Estados Unidos. Muitos anos depois, em 1999, a canção voltou à tona, desta vez como sucesso mundial, na voz de Elvis Costello, que a gravou para a trilha sonora do filme “Um Lugar Chamado Nothing Hill”.
Charles Aznavou também gravou em espanhol, italiano e alemão. A despeito de sua aposentadoria, estará sempre na galeria dos grandes “românticos”, não só nos litorais deste oceano.
3 comentários:
Adoramos a notícia, e esperamos que haja boa divulgação e facilidade para compra dos ingressos.
Nossa cara. Sou fã de Aznavour desde o berço. Tomara que eu consiga ve-lo.
Impossível perder um show antológico como este!!! Adoro a música francesa e desde que me entendo por gente ouço Aznavour... Só de pensar fico emocionada! Vê-lo em um palco será demais!!!
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