● Elton John - Rock in Rio (29/09/11)

Algumas frases em português teriam sido bem-vindas, é verdade. Mas não faltou simpatia ao senhor britânico, que, aos 64 anos, mostrou-se em plena forma física e musical, embora a voz já não tenha a mesma potência de outrora, o que o obrigou a usar tons mais graves. Enquanto enfileirava seus sucessos – da abertura com Saturday night’s alright for fighting até o encerramento com Crocodile Rock, passando por Daniel, Rocket man, Don’t let the sun go down on me, Philadelphia freedom, I’m still standing, The bitch is back, Goodbye yellow brick road, Skyline pigeon, I guess that’s why they call it the blues e Bennie and the jets, entre outros hits – o cantor distribuiu muitos sorrisos, interagiu bastante com seus ótimos músicos e nem ligou quando um fã subiu ao palco para homenageá-lo. Não foi diferente em canções menos conhecidas, como a excelente Hey Ahab – gravada em seu mais recente álbum, The union (2010), feito em parceria com Leon Russell – na qual o coral feminino deu um show à parte.
O maior revés para Elton John – e para quem foi ao Rock in Rio só para assisti-lo – foi a (des)organização do evento, que parece não ter aprendido com os erros das edições anteriores. A lambança começou com a escolha dele para uma noite “teen”, em que o público, jovem em sua maioria, estava mais interessado em fazer festa do que em ouvir música. Seria mais inteligente tê-lo escalado para esta quinta (29), que tem atrações voltadas para o público adulto (não seria ótimo ver uma sequência com Elton John e Stevie Wonder?).
Outro equívoco foi colocar Elton John para tocar depois de Claudia Leitte e Katy Perry e antes de Rihana. Foi um banho de água fria tanto para a garotada quanto para os fãs do cantor, que deixou o palco sem tocar Your song, seu principal sucesso, guardado para um bis que não aconteceu, talvez por causa da apatia de boa parte do público.
No fim das contas, 90 minutos foi pouco. Ficou um gosto de quero mais, como tudo que é bom. Resta esperar que Elton John volte em breve, num show só dele, e toque mais de seus inesquecíveis clássicos, como Sad songs (uma das várias ausências sentidas no set list), para uma plateia que saiba reconhecer sua genialidade musical.