sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Um detetive viciado na verdade


CRÍTICA DE TV
● Programa: Elementary (série)
● Data: 25/10/2012
● Canal: Universal Channel

Elementary (série)


Lar das minhas séries favoritas - as extintas "House" e "Law & Order" e a longeva "Law & Order Special Victims Unit", já em sua 14ª temporada nos Estados Unidos (em novembro no Brasil) - o Universal Channel estreou ontem "Elementary", uma de suas principais apostas em um momento de renovação de sua grade. A premissa da série é modernizar o mais tradicional detetive britânico, Sherlock Holmes. Na versão de Robert Doherty, o personagem criado no final do século XIX por Arthur Conan Doyle é um ex-viciado em drogas, recém-saído de uma clínica de reabilitação, que troca Londres por Nova York.

No entanto, a mais radical inovação talvez esteja no Dr. Watson, aqui, na verdade, uma ex-médica, a "pantera" Lucy Liu, que inicia a trama como monitora de Holmes, incumbida pelo pai do detetive de mantê-lo na linha. Já o Sherlock vivido pelo ator Jonny Lee Miller é tão desleixado quanto autoconfiante. Com a barba por fazer e repleto de tatuagens, ele é, como não poderia deixar de ser, um gênio na arte da dedução, resolvendo casos que a polícia nova-iorquina não dá conta.

Num determinado momento do primeiro capítulo, Sherlock Holmes diz a Watson que não precisa dela, já que desistiu das drogas. Seu vício, de fato, é outro: a descoberta da verdade. Os olhos esbugalhados e o jeito estressado, muito bem evidenciados pela interpretação de Miller, fazem com que Holmes pareça sempre "high" (alto, ou drogado), como dizem os americanos, em busca de pistas que desvendem o crime. Contraponto total a Joan Watson, "zen" até demais no capítulo piloto. Lucy Liu pareceu tímida no papel de coadjuvante de Holmes.

Em seu primeiro caso, o detetive tem que desvendar o assassinato da esposa de um psiquiatra. A trama, um tanto óbvia, alternou bons momentos com outros mornos. Mas o início parece ser promissor. Com a difícil missão de ocupar o horário que foi da cultuada "House" durante oito anos, "Elementary" tem potencial para agradar os fãs órfãos do médico ranzinza do hospital Princeton-Plainsboro e ganhar novos admiradores. Até porque as séries guardam semelhanças, sobretudo no modo como seus protagonistas solucionam os casos, sejam médicos ou policiais (o próprio David Shore, criador de "House", já confidenciou, em um dos programas "What's up", do Universal, que Sherlock Holmes foi uma de suas principais inspirações para o personagem tão bem interpretado durante oito temporadas por Hugh Laurie).

Apesar de ter faltado um pouco do "gás" de outras séries policiais, como "CSI" e "Law & Order Special Victims Unit", o início de "Elementary" mostrou que o programa deve crescer com novos episódios e personagens.

sábado, 13 de outubro de 2012

Zé Renato garante animação para crianças e adultos em feriado chuvoso


CRÍTICA DE SHOW
● Zé Renato pras Crianças (12/10/2012)

Zé Renato pras Crianças


Depois de uma semana de primavera com temperaturas de alto verão no Rio de Janeiro, a chuva parecia querer estragar o Dia das Crianças - que este ano caiu numa sexta-feira de feriadão ainda mais prolongado para muitos, com o Dia do Comerciário na segunda-feira seguinte (15). Mas o aguaceiro que despencou na Cidade Maravilhosa não tirou o ânimo de quem foi ao Teatro Rival, no Centro da cidade, assistir ao show Zé Renato para Crianças, comandado pelo ex-cantor do grupo Boca Livre.

Sem uma superestrutura de palco à la Adriana Partimpim, Zé Renato (ao violão) e banda calcaram-se na força das músicas para garantir uma apresentação muito animada e divertida. Decisão mais que acertada, já que o repertório do show tem como base seus dois ótimos CDs infantis - Samba pras Crianças (2003) e Forró pras Crianças (2006), mais algumas canções pinçadas dos clássicos A Arca de Noé 1 e 2, de Vinicius de Moraes - do qual ele participou com o Boca Livre -, e outras pérolas do cancioneiro infantil.

De seus discos, Zé Renato misturou canções tipicamente infantis, como O Sapo, a outras não necessariamente direcionadas a crianças, mas que se adaptaram muito bem a esse universo, como o samba Maracangalha (Dorival Caymmi) e o forró Sebastiana (Jackson do Pandeiro). Da Arca de Noé, Zé Renato pinçou, para alegria de crianças e adultos, O Ar, A Casa e O Pato. O músico ainda visitou o repertório de Chico Buarque duas vezes, relendo História de uma Gata (do musical Os Santimbancos) e Ciranda da Bailarina (gravada por Adriana "Partimpim" Calcanhoto), e ainda de Gilberto Gil, com a infalível Sítio do Pica-Pau Amarelo.

Com bom humor, repertório certeiro e músicos de primeira linha o acompanhando, Zé Renato aqueceu a sexta-feira fria e a chuva do Rio de Janeiro. Muitos adultos que foram ao Teatro Rival para animar seus filhos talvez tenham se divertido tanto ou mais que eles. Falo por experiência própria...

Hoje tem mais uma apresentação de Zé Renato no Teatro Rival. Para quem puder ir, é uma ótima dica - só não esqueça o guarda-chuva. Confira abaixo o serviço do show:

Teatro Rival Petrobras
Data: 13/10, sábado, às 18h
End.: Rua Álvaro Alvim, 33/37 - Cinelândia
Preços:
Setor A / Setor B / Mezanino:
- R$ 50 (Inteira)
- R$ 25 (Meia entrada para estudantes, idosos e professores da rede municipal).
- R$ 20 (Crianças de 03 a 10 anos)