segunda-feira, 23 de maio de 2011

Paul McCartney in Rio: I saw him standing there

Há algumas horas, assim que saí do Engenhão, depois de assistir ao show de Paul McCartney – o primeiro dele no Rio de Janeiro em 21 anos – minha euforia era tanta que a vontade era de gritar e dizer mil palavrões. Acho que era muita emoção contida, ainda não extravasada, mesmo após quase 3 horas de apresentação, somada a um cansaço extremo de horas a fio em pé (coluna, pernas e pés pedindo arrego). Segurei um pouco a onda, para não pagar mico, mas, na quilométrica fila para pegar o trem, não deu mais pra segurar, o coração explodiu, e eu mandei um “p@#!, eu viiiiiiiiiiiiiiiiii”!!!

Com o mico pago e a euforia baixada, a minha maior sensação depois do show é a de dever cumprido, de ter passado por uma etapa obrigatória na vida. Daqui a 5, 10, 20, 30 anos, vou poder dizer ao meu filho: eu vi o maior músico do mundo. Não haverá outro Paul McCartney, e eu sinceramente acho que, a despeito de todo o vigor do ex-beatle, aos 68 anos, não haverá outra chance de vê-lo no Brasil (espero estar errado!). Citando um ídolo que não pude ver, Elvis Presley, era agora ou nunca.



Num Engenhão com ótimo sistema de som, Paul começou a apresentação um pouco mais de 10 minutos atrasado, com “Hello Goodbye”. Até meados da noite, o show alternava momentos mais empolgantes, sobretudo nas músicas dos Beatles, com outros contemplativos, quando Sir Paul tocava seus “lados B”. Isso até “Band on the Run”, um dos melhores momentos do show, iniciar a catarse coletiva. A partir daí, foi uma sequência incansável de sucessos, com destaque para “Hey Jude”, em que um grupo de pessoas da plateia vip segurava cartazes que diziam “na”, somando-se ao coro da multidão. Sons e imagens que certamente ficarão registrados na mente do público como uma fotografia.

A plateia, aliás, deu um show à parte em todo o tempo: cantou todas as músicas, jogou bolas coloridas, acendeu luzes, pulou e respondeu às brincadeiras de Paul, que, como um maestro, regia a multidão. Não foi à toa que, num determinado momento, ele fez uma citação à música clássica. Macca era um regente perfeito. À frente de um quarteto “fabuloso” – com destaque absoluto para o competente e carismático baterista – o jovem senhor desfilou um set list com nada menos que 33 músicas (com direito a dois bis), empunhou a bandeira brasileira, vestiu uma camisa da seleção com seu nome escrito e fez 45 mil brasileiros parecerem estar numa grande aula de inglês.

“Something”, “The Long and Widing Road”, “Get Back”, “Live and Let Die” (com o já conhecido mas sempre surpreendente festival pirotécnico), “Let It Be”, “Yesterday” e “Helter Skelter” foram mais alguns grandes momentos de uma noite mágica, única, inesquecível, para a qual sobram adjetivos e emoção. E quando todos pensaram que já tinham visto tudo, uma chuva de papel picado, nas cores verde, amarela e azul, encerrou a noite – a essa altura já madrugada – de forma apoteótica, quase carnavalesca.

Os vídeos e as fotos vão ajudar a eternizar a noite de 22 de maio de 2011. Mas, na verdade, são desnecessários. Quem esteve lá não vai se esquecer jamais.


2 comentários:

Nei disse...

Só assim pra você voltar a postar no Blog hein? rsss....não sabia que era tão, tão, tão fã assim do homem.
PS: ele cantou Rebolation?

Marcos Bin disse...

Tirando o Queen, os Beatles - e o Paul, consequentemente - foram os maiores pra mim. Assistir a um show dele deveria ser obrigatório para todo mundo. Quanto à música, ele poderia ter tocado uma de nome parecido, Revolution, dos Beatles, mas não tocou.